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Campo da Paz. 2°centro de acolhimento

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Trabalho continua em Madagascar com a construção do 2°centro de acolhimento para levar comida e água a mais 2 mil pessoas

Um terreno grande e uma vontade de abraçar maior ainda. Em agosto, inaugura o segundo centro de acolhimento em Ambovombe, região Sul da ilha de Madagascar. Terreno alugado com metragem pensada para ser o maior centro de acolhimento da Fraternidade, os 15 mil metros quadrados já estão sendo limpos para dar início à construção do que ainda será provisório, mas vai alimentar, de início, 2 mil pessoas.

A ação depende do apadrinhamento. Vontade e espaço não faltam no novo terreno para atender até 4 mil pessoas. A primeira unidade, onde funciona a sede da FSF em Madagascar, já recebe 200 crianças e também terá o atendimento dobrado.

Ambovombe é uma cidade de 60 mil habitantes, onde a maioria se encontra num estado de extrema pobreza. A região concentra uma das piores secas já registradas no mundo e segundo a ONU, são 850 mil pessoas passando fome.

Alimento, água, higiene, roupas. O trabalho fraterno na cidade é conduzido nesta ordem no sentido de levar alívio e esperança a tantas famílias. Durante a caravana da saúde da Fraternidade, ficou claro que além da desnutrição, as demais doenças seriam evitadas se houvesse higiene, o que significa banho e roupas limpas.

Por mais que para nós tomar banho seja algo tão natural, para as famílias vítimas da seca, é artigo de luxo. No novo centro está prevista a instalação de dez chuveiros para oferecer banho às famílias, que depois receberão roupas novinhas.

“Também vai haver entrega de kits e orientação sobre como escovar os dentes, para que as pessoas aprendam a ter o hábito diário”, explica o presidente da Fraternidade Sem Fronteiras, Wagner Moura. Em certos casos, às vezes até se tem água, mas falta sabonete para limpar os pezinhos que andam pelas ruas sem calçado algum.

Neste centro, o atendimento será extenso às famílias. Uma das voluntárias da caravana da saúde, Pricila Kovalski, descreve como as mães chegavam com as crianças, em muitos casos, tão necessitadas quanto os filhos. “Apesar de muito agradecidas pelo atendimento que dávamos para suas crianças, víamos em seus olhos a dor que elas sentiam e cortava o coração não poder fazer por elas. Me emocionei ao ver que toda família terá uma nova chance”, fala Pricila.

Como o foco inicial da primeira caravana foi o atendimento às crianças, voluntários explicavam às mães que compreendiam a urgência da questão. “Eu senti que as mães também precisavam desse atendimento e suporte. Auxiliei nossa dentista Ângela na escovação das crianças e entregamos creme dental e escovas para as mães. Elas também pediam atenção, mostravam os dentes, machucados na pele. É de extrema importância o atendimento da família”, narra a caravaneira Suyan Tomasi Fontana.

Médica caravaneira, Lígia Almeida, relata quão ligada está a saúde mãe – filho. “São mães subnutridas, que não se alimentam, têm muitos filhos para criar e precisam de reforço até para dar saúde e suporte para condução da família. A partir do momento que você põe nutrição na mãe, está melhorando a nutrição dos filhos também”, considera.

A Fraternidade deixou projetado para que o segundo centro atenda não só as crianças, mas quem cuida delas em casa. “Toda família vai receber esta assistência. Muitas mães estão em estado lastimável, às vezes com seios estéreis por falta de alimentação delas e ainda assim, tentando alimentar o filho. Será um alívio para milhares de crianças e mães em Ambovombe”, acredita Wagner.

O centro contará com uma ampla cozinha de onde sairão dez panelas de refeições por dia, aquelas grandonas mesmo, de 100 litros, para crianças e mães. Para dar conta, dez cozinheiras da própria comunidade serão contratadas e receberão curso de manipulação de alimentos.

Com inauguração prevista para agosto, agentes comunitários como Hassina, moradora de Ambovombe e que durante a caravana fazia a tradução francês e malgaxe, seguirão levantando e elegendo as principais famílias que se encontram em estado de alta vulnerabilidade.

Parte das doações feitas dentro da ação Fome e Sede em Madagascar está custeando a construção do novo centro. Um veículo também foi adquirido para dar logística ao trabalho. No entanto, a continuidade e ampliação do trabalho dependem da fraternidade de todos.

Mesmo com a fome batendo à porta diariamente, quando as doenças não aplacam de vez, as crianças conseguem sorrir e transmitem alegria com brilho nos olhos.

“Criança é criança e não tem noção, até porque elas nasceram e viveram neste estado de miséria. Qualquer coisa para elas é motivo de alegria: um bom dia, um brinquedo, uma roupa, uma encenação. Mesmo muitas apáticas pela fome, as crianças são felizes e não entendem o estado de vulnerabilidade em que se encontram”, contextualiza Wagner.

A Fraternidade precisa do abraço e empenho em doações. A ação Fome e Sede em Madagascar continua para tocar a obra, organizar e estruturar os centros de acolhimento na região. O apadrinhamento é o coração de todos os projetos de acolhimento da Fraternidade e em Madagascar, há necessidade, urgente, de multiplicar a causa.

Carro também já foi comprado para toda logística do novo centro.

Novo centro vai abraçar famílias, tanto crianças quanto as mães com comida, água e roupas.

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