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De Boa Vista/RR à Manaus/AM – conexões que fazem a diferença

/ / Blog, Roraima

Ivani Aquino

Oitocentos quilômetros separam Boa Vista/Roraima de Manaus – capital do Amazonas. Distância de uma estrada que carrega a ambiguidade de medo e esperança, para os inúmeros venezuelanos que cruzam a fronteira em Boa Vista e partem em direção à Manaus, para de lá seguirem rumo a outras regiões do Brasil. 

Desde que a crise imigratória no país vizinho tomou maiores proporções, pudemos conhecer muitas personagens que agiram com solidariedade em sua singularidade. Uma delas foi Ivani Aquino, que em Manaus acolheu sozinha, em sua própria casa, mais de 40 famílias venezuelanas. “Meu marido tem uma empresa de transporte há mais de dez anos, que fica no Ceasa (lugar onde chegam e saem todos os caminhoneiros que passam por lá). Então aqui é o lugar da cidade com maior número de venezuelanos que chegam de Boa Vista”, explica ela. 

Ivani com família venezuelana acolhida em Manaus

Com o contato direto, vendo o desenrolar da história de perto, Ivani não conseguiu se conter e acabou abraçando muitas famílias que não tinham nenhum apoio. Nessas idas e vindas, entre um acolhimento e outro, ela conheceu e acolheu uma família de venezuelanos que ficaram em torno de sete dias em sua casa. 

De lá partiram para o estado de São Paulo com destino à Indaiatuba, onde passaram pelo processo de interiorização do projeto “Brasil, um coração que acolhe”, da Organização Fraternidade sem Fronteiras, através da voluntária Joyce Simões. “Essa foi a primeira vez que ouvi falar da Fraternidade”, conta ela que continua, “por querer saber o destino da família, comecei a acompanhar a Joyce nas redes sociais e assim fui descobrindo cada dia mais sobre a história da FSF”. 

Foi de tanto pesquisar, que a ligação de Ivani com a Fraternidade sem Fronteiras foi se fortalecendo. Depois de entrar em contato com a Joyce, conversar e falar de sua vontade de realizar trabalho voluntário, Ivani recebeu uma ligação do coordenador do projeto Brasil, um coração que acolhe, Ranieri Dias, e juntos iniciaram um trabalho que começava em Boa Vista e se estendia até Manaus. 

“Me lembro do Ranieri ter me ligado um dia, na época da greve dos caminhoneiros em 2018, e me pedir para receber uma motorista que estava tentando levar duas toneladas de alimento para o Centro de Acolhimento da FSF em Boa Vista, mas que não conseguiria passar. Ela ficou na minha casa cerca de 40 dias”, conta.  

Dessa época até agora, o apoio de Ivani na causa dos venezuelanos não pode ser mensurado. No coração da mineira de nascença e amazona de alma, nasceu um amor e uma vontade de se movimentar e acolher. “Eu faço por amor, nunca consegui ver uma criança passando fome e não comprar um prato de comida ou acolher a família e levar para casa”, conta ela que acrescenta, “hoje uma das partes mais difíceis de fazer esse trabalho é quando eu tenho que dizer não, por não ter condições de ajudar”. 

Pelo coração disposto em servir e amar, Ivani hoje coordena a Casa de Passagem da Fraternidade sem Fronteiras, em Manaus. O lugar funciona como parada para os venezuelanos que saem do Centro de Acolhimento da FSF com destino a outras partes do Brasil. “A Casa de Passagem é necessária porque muitas vezes não conseguíamos passagem saindo direto de Boa Vista. Então, o Exército nos ajuda levando as famílias até Manaus e de lá elas partem para seus destinos, fazendo a passagem ficar mais em conta”, esclarece o coordenador do projeto, que ainda acrescenta: “muitas das vezes eles não tinham onde ficar em Manaus, enquanto aguardavam a passagem para fora do estado”. 

  

A Casa que tem capacidade de abrigar até 50 pessoas, disponibiliza alimentação, cama, toalha e tudo que for necessário. O local foi todo mobiliado e já está em funcionamento graças às doações de voluntários. 

“Me lembro de quando eu recebi o convite para coordenar a casa, eu chorei de emoção. Desde que conheci a Fraternidade sem Fronteiras venho sonhando em estar cada dia mais engajada e essa oportunidade foi um presente para mim”, finaliza Ivani. 

Saiba mais sobre o projeto Brasil, um coração que acolhe, clicando aqui

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