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“Ninguém é a mesma pessoa após uma caravana para a África”

Vera Mattos, madrinha e voluntária da Fraternidade sem Fronteiras

Por Marco Antonio Cruz – Assessoria de Imprensa FSF

Madrinha e voluntária Vera Mattos

“Aquelas senhoras em Moçambique acordam, trabalham e vão dormir cantando hinos de gratidão à Deus. E isso a gente não faz, temos dificuldade com a gratidão, a gente quer sempre mais e precisamos refletir tudo isso.Embora todas as caravanas tenham me oferecido muito, a primeira foi um choque”.

Assim começa o depoimento de Vera Mattos, 61 anos, moradora dos Estados Unidos, que conheceu a Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), em 2014, em  uma palestra do diretor de relações públicas da FSF, Andrei Moreira, em Nova York, EUA, onde vive desde 2003. 

“Eu entrei na FSF, em 2014, apadrinhando o Projeto Acolher Moçambique, quando havia ainda 300 crianças [atualmente são 14 mil acolhidos]. Há três anos foi criado o Fraternity without Borders com sede em Nova York, onde participo e faço os apadrinhamentos também”.  

Vera já esteve em seis caravanas da FSF, todas para a África – Moçambique, Malawi e Senegal. Até a primeira ida, ela acreditava que o melhor seria doar o valor que seria gasto nas viagens, pois desta forma imaginava que estaria ajudando a salvar mais vidas. Porém essa ideia se desfez na primeira participação em uma caravana, em 2016.

“Não façam como eu. Não pensem ‘vou deixar de ir e mandar o dinheiro que vai ajudar mais’, vá! Eles estão sendo ajudados e você também está sendo ajudado. Quando você vai para lá, após as experiências que vive lá, o aprendizado, você nunca mais é a mesma pessoa. Você nunca mais será a mesma pessoa após uma caravana para a África. A gente vai achando que vamos dar, mas quando chegamos lá nos damos conta de que estamos mais recebendo do que dando. E por isso, quando vamos a uma, queremos ir a outras, por causa dessa riqueza na vivência que a gente tem lá”. 

A volta da caravana deixou Vera em estado de choque marcado pela discrepância entre a pobreza material e a riqueza espiritual.

“Eu morando nos EUA, que é tão abundante em termos materiais, cheguei lá e me deparei com uma miséria material em que não há praticamente nada, nem água, nem comida, nem casa. Quando voltei da primeira caravana eu fiquei trancada em casa, não falava com ninguém, não ia a lugar nenhum, porque quando eu voltei e encontrei tudo o que tinha deixado, após tudo o que foi vivenciado, precisei fazer uma reflexão muito profunda. Eu olhava e pensava: Olha a minha casa, tanta coisa que eu tenho aqui que eu nem precisava, que é supérfluo e eu estou querendo sempre mais e eles lá não tem nada (sempre falando do ponto de vista material)”.

Já são oito anos em que Vera acompanha as transformações provocadas pelo apadrinhamento e sabe da importância dele para cada acolhido da FSF.

“Quando você apadrinha, você está fazendo muito, principalmente pelas crianças. Você está salvando uma vida! Eu me lembro da Especiosa no segundo encontro da FSF, em Campo Grande, MS, que ela disse assim ‘eu não tinha futuro, eu não sabia o que é futuro até a Fraternidade sem Fronteiras entrar na minha vida’. E agora nós temos a Especiosa como a nossa primeira universitária graduada, bióloga, que foi uma das primeiras crianças. Quando você apadrinha você está fazendo mais por você do que pela criança, porque isso é imensurável”. 

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Assessoria de imprensa FSF

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