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Ao doar tempo, Marcos Paganini formou rede de voluntários unidos em prol de construção de casas para refugiados do Malawi

Marcos Paganini iniciou ação que tem reunido voluntários de vários países

A noite tranquila em Lousanne, Suíça, transcorria normalmente quando Marcos Paganini despertou com uma ideia fixa: “Eu tenho que fazer alguma coisa, além da minha doação. Conheço tanta gente, sou alto executivo de uma empresa há anos, morei no mundo inteiro, conheço muita gente. A melhor coisa que posso fazer no momento é usar do que eu tenho, que são meus contatos e meu tempo. Doar o meu tempo”. Foi nesse momento que ele começou uma iniciativa que o levaria em direção à muitas famílias que vivem no campo de refugiados de Dzaleka, no Malawi/África.

A agenda apertada de Marcos, que é vice-presidente da Johnson & Johnson, na Suíça, e padrinho da FSF, não o impediu de agir em prol do próximo e a ideia que o despertou naquela noite, amadureceu: a coragem, as habilidades desenvolvidas há 13 anos no trabalho e os contatos foram utilizados para levar a mensagem fraterna a mais corações. Com a ajuda da esposa, Ana Paula, formou grupos no WhatsApp e começou a apresentar o trabalho humanitário desenvolvido pela Fraternidade sem Fronteiras (FSF).

O primeiro grupo, formado por 20 brasileiros, logo se reuniu numa vídeochamada para conhecer mais sobre os projetos e o impacto que muitos corações unidos podem fazer no mundo. A partir dessa primeira iniciativa, a mensagem fraterna se multiplicou. Cada voluntário convidou mais pessoas, apadrinhou e divulgou a missão da FSF.  “Para a minha surpresa, agora tem 150 pessoas – 100 são brasileiros que moram no Brasil, os outros 50 são brasileiros que moram no exterior”, explica Marcos.

Atualmente, ele doa parte do  tempo para falar sobre fraternidade com o público estrangeiro. O primeiro encontro online reuniu 35 pessoas de várias nacionalidades: francesa, indiana, italiana e espanhola. O receio inicial de não saber como seria a aceitabilidade do público devido às diferenças culturais, logo foi dissolvido: “Todos ficaram emocionados, a cultura não mudou em nada”, afirma.

Esse movimento fraterno que leva Marcos ao encontro com o próximo, sempre foi uma questão de princípio humanitário, que ele passa para os filhos e para as pessoas que conhece.  É esse princípio que despertou o sentimento Ubuntu em muitos corações que se uniram, apadrinharam a causa e buscaram novos modos de ajudar. Após a quarta reunião, Marcos teve uma grata surpresa: a rede de voluntários queria agir mais e contribuir para que mais pessoas pudessem ser ajudadas.

Com a contribuição da filha Giovanna, Marcos preparou uma votação para que os voluntários pudessem escolher uma ação da FSF  para ajudar. “Tivemos 90 respostas na votação. [Cerca] de 70% das pessoas votaram nas casinhas”, relata. Foi desse movimento que a rede de voluntários se uniram para arrecadar recursos para a construção de casas para refugiados do Campo de Dzaleka, que abriga mais de 45 mil pessoas que fugiram de seus países de origem devido à guerras, perseguições e crises humanitárias.  Muitas dessas pessoas passam anos na área de transição do Malawi (espaço onde refugiados de guerra ficam até conseguirem construir suas próprias casas), vivendo em pequenos cubículos separados por tecidos, e em extrema vulnerabilidade.

Todos agiram para entregar um lar às famílias que vivem no campo. “A reação das pessoas [voluntários] foi fantástica. O engajamento foi tão bom e tão rápido que nós estamos na terceira semana da campanha e já conseguimos quase dez casas. A meta que a gente criou foi de 15 casas”, conta Marcos, entusiasmado com a proporção da ação.

A coragem e a criatividade de uma das voluntárias da ação tiraram risos de admiração de Marcos, que conta como Neusa, uma brasileira que mantém um salão de beleza e é conhecida da família dele, conseguiu arrecadar recursos para a construção de duas casas: “Ela colocou uma caixinha no salão e, todo mundo que vai lá, ela mostra a foto das famílias e [fala] da campanha. Na primeira semana, juntou [recursos] para uma casa inteira. E, na semana passada, uma cliente doou uma casa inteira”.

Cada família em um novo lar é comemorada pela rede de voluntários e pela família do Marcos, que,agora, tem como assunto do jantar as casinhas construídas no Malawi: “A cada casinha que a gente consegue, a gente celebra, é uma coisa gostosa”, conta. A família inteira está envolvida na iniciativa, que tem contribuído para espalhar a semente fraterna no mundo e despertar mais corações para o trabalho humanitário.

O trabalho humanitário é uma missão em família para os Paganini

Conectados com o sentimento Ubuntu, de entender que somos parte de uma só família, a humana, e que somos responsáveis pelo bem-estar uns dos outros, cada voluntário tem contribuído com a forma que pode: doando o tempo, recursos financeiros, divulgando a campanha e, principalmente, levando a mensagem fraterna a muitos outros corações e convidando-os para agir em prol do próximo.

A coordenadora do projeto Nação Ubuntu, Clarissa Paz, conta como a união dos voluntários tem contribuído para modificar a realidade de centenas de pessoas: “A Fraternidade é feita de milhares de corações.  Cada um dá um pouquinho e a gente consegue fazer tanta coisa. Todas as movimentações de padrinhos, madrinhas, são muito importantes, sendo elas grandes ou pequenas, têm o mesmo valor. A movimentação do Marcos é maravilhosa, mais uma movimentação de amor de muitas que a gente vê na Fraternidade. E é isso que faz o movimento ser tão lindo”.  

Atualmente, as famílias de Mutumoyi Bebe Tomaso, Bakali Johari, Ndayiragije Odette receberam uma casa através da iniciativa de Marcos e  de muitos corações que contribuíram com a campanha Casas de Coração,. Com isso, as famílias  puderam sair da área de transição para viver num lar que proporcione segurança e conforto. 

Ao ver os rostos e conhecer as histórias dessas famílias, transformadas pela união de muitos voluntários, Marcos conta como tem sido esse movimento: “ Para mim, a maior lição que estou tirando dessa fase da campanha, da minha vida – e a maior lição que muita gente está pegando –, é que não tem nada a ver com dinheiro. Tem a ver com tempo! Você tem que doar o seu tempo. Muitas das pessoas que falavam que não tinham dinheiro, deram um impacto muito grande na campanha ao divulgar, criar vaquinhas, pequenas rifas. A minha lição é que, se você estiver convicto que tem que ajudar o próximo, não existe limite. O limite é o seu tempo. E o tempo você escolhe”.

Atitude como essa, que faz a mensagem fraterna atravessar o Oceano Atlântico e conectar pessoas para o bem coletivo, é a mesma que leva conforto a milhares de corações que são acolhidos pela Fraternidade sem Fronteiras e que os fazem sentir que há muitos irmãos no mundo que se importam com as suas histórias.

Casas de Coração 

Até o momento desta publicação, a campanha já conquistou 25 casas, sendo que seis foram arrecadadas pela iniciativa do Marcos e sua rede de amigos. 

A construção das seis casas da campanha potencializada por Marcos inicia em breve e irá estampar sorrisos em muitas famílias que vivem no campo de Dzaleka. Refugiadas com filhos, divorciadas ou viúvas, têm sido prioridade nesse primeiro momento de entrega das casas.

Quer contribuir com a campanha e proporcionar um lar às família que vivem no campo de refugiados? 

Acesse o link e faça a sua doação! 

https://fraternidadesemfronteiras.colabore.org/casasdecoracaomalawi2/single_step

 

Bakali Johari é uma das refugiadas que recebeu a casa para viver com os filhos

 

Família Mutumoyi Bebe Tomaso

 

Família Ndayirague Odette

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Tatiane Resende

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