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Projetos que acolhem refugiados e migrantes foram temas de live da FSF

Os projetos Nação Ubuntu e “Brasil, um coração que acolhe” recebem pessoas em vulnerabilidade no Malawi – África e em Roraima – extremo norte do Brasil 

Por Taemã Oliveira – assessoria de imprensa FSF – Boa Vista/RR

Os projetos Nação Ubuntu e Brasil, um coração que acolhe, da Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), foram apresentados no último sábado (25) em uma transmissão ao vivo pelo canal oficial da FSF no YouTube e também por canais parceiros. A live foi a terceira de uma série com o objetivo de apresentar os dez projetos de ajuda humanitária da FSF. 

O primeiro projeto apresentado na tarde de sábado foi o realizado no Malawi – país africano com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que tem recebido milhares de refugiados, principalmente os vindos fugidos das guerras civis na República do Congo, Burindi e Ruanda. Desde 1994, foi instalado o Campo de Refugiados Dzaleca, atualmente com 52 mil pessoas instaladas. 

Ao lado do campo de refugiados, a Fraternidade sem Fronteiras montou a estrutura do projeto Nação Ubuntu. O projeto acolhe famílias e oferece alimentação, capacitação profissional, oportunidade laboral e educação primária para  206 crianças. Para manter o acolhimento de cada criança são necessários sete apadrinhamentos de R$50. 

“Todos nós, um dia, podemos ser um refugiado. O Congo era um país normal, Ruanda também. São mais de 10 mil crianças fora da escola. O que a gente precisa hoje é de apadrinhamento”, reforça a coordenadora do Projeto Nação Ubuntu, Clarissa Paz. 

Lilian Villanova, coordenadora pedagógica da escola Nação Ubuntu, também participou da live. Ela destacou a escola como uma das principais frentes de trabalho do projeto e justificou dizendo que “o acolhimento é muito importante para o desenvolvimento cognitivo. Quando a criança se sente acolhida, ela tem a oportunidade de aprender mais e escrever uma outra história para o seu futuro”. 

Enquanto que a crise de refúgio e migração no Malawi é relacionada a conflitos, no extremo norte do Brasil essa mesma crise tem relação com inflação e desabastecimento em diversos setores na Venezuela. Segundo o último levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020, viviam no Brasil 261. 441 venezuelanos. 

O estado de Roraima é a principal porta de entrada dessas pessoas e por isso, desde outubro de 2017, em Boa Vista e em Pacaraima, a Fraternidade sem Fronteiras implantou o Projeto Brasil, um coração que acolhe. 

Atualmente, em Boa Vista, são 450 pessoas acolhidas nos dois centros de acolhimento – o Espaço Emergencial 13 de Setembro e o São Vicente 2, sendo o último considerado um abrigo modelo pela Operação Acolhida, operação do exército brasileiro montada em resposta à crise de refúgio e migração do Brasil. Em Pacaraima, o Centro de Referência e Capacitação já atendeu mais de 400 venezuelanos. 

“Além dos Centros de Acolhimento e o Centro de Referência e Capacitação, agora também temos a frente de atuação que é a Sustentabilidade, hoje temos um sistema de Aquaponia já instalado no Espaço Emergencial 13 de Setembro, uma horta e um biodigestor no São Vicente 2. E os principais são as frentes de integração local e interiorização, responsáveis por promover a autonomia das famílias, seja em Roraima ou em outro estado”, explica o coordenador do Projeto, Arthur Dias.

A pandemia exigiu adaptações ao projeto. Foram instaladas pias nas entradas dos espaços, as visitas e as atividades em locais fechados foram suspensas e o uso de máscara passou a ser obrigatório. Além disso, a flexibilização parcial da fronteira realizada pelo Brasil, em junho de 2021, trouxe o desafio de novos acolhimentos.

“A Venezuela há pouco tempo não era um país que pensava em ser o que é, as pessoas não pensavam que se deslocariam dessa forma, a gente nunca sabe se e quando isso pode acontecer com a gente, por isso a importância do acolhimento”, afirma a coordenadora geral operacional em Boa Vista, Vanessa Epifânio. 

A meta principal do Projeto é oferecer o recomeço às famílias venezuelanas pela interiorização, que é uma estratégia criada pelo Governo Federal brasileiro para levar essas pessoas, de forma voluntária, para outros estados brasileiros, partindo da ótica de que a crise migratória é uma responsabilidade do país inteiro e que Roraima não tem como atender a todas essas pessoas de forma efetiva, com saúde, educação, moradia. Nesses outros estados, eles vão reencontrar a família, os amigos, vão poder trabalhar, têm a oportunidade de recomeçar, liberando também vagas nos centros de acolhimento em Roraima. 

Além das modalidades criadas pela Operação Acolhida, a FSF tem modalidade própria via Acolhedor Voluntário. “O acolhedor voluntário é aquela pessoa que vai se voluntariar para receber essa família venezuelana por três meses. Ele vai ajudar a família a encontrar e matricular os filhos na escola, ajudar os adultos a se empregarem, além de arcar com os custos do aluguel e demais gastos da família. Nós acreditamos que essa é a modalidade mais segura de interiorização” explicou Beatriz Teófilo, líder de interiorização. 

Desde 2017, o projeto já realizou mais de mil interiorizações. Só em 2021, até o fim de setembro, a estimativa é de 178 pessoas interiorizadas. 

“A grande razão para a Fraternidade olhar para essas pessoas, não é porque são pobres, porque estão passando fome, é porque são nossos irmãos. A gente precisa estar muito atento. Se permita olhar para aquele que a gente não costuma enxergar”, finalizou  o vice-presidente da FSF, Ranieri Dias. 

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Assessoria de imprensa FSF

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